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sábado, 26 de abril de 2008

Terra à vista, a vista e a prazo, por Henfil

Selecionei uma belíssima crônica de Henfil da série 'Cartas à mãe', originalmente publicada na IstoÉ quando a revista era dirigida por Mino Carta.

A charge abaixo também é de autoria de Henfil.


Para apreciar mais de Henfil, não deixe de ver o curta
Cartas à mãe, dirigido por Fernando Kinas, Marina Willer
Sou colaboradora do projeto Porta Curtas e estou preparando uma seqüência didática para este documentário.


São Paulo, 13 de outubro de 1982.


Mãe,


Naquela manhã ou tarde de 1500, quando gritaram TERRA À VISTA!, os livros de história pensaram escutar navegadores, descobridores. Mas o que os índios viram, a olho nu, foi o grito de guerra dos corretores imobiliários.

Quatro séculos depois, quem não morreu, como os Pataxó, Botocudo, Tupiniquim, acordou gelado feito platéia de Calígula. O mesmo grito agora em replay: TERRA À VISTA!!

Veja a senhora, o Governo da Bahia foi quem distribuiu títulos de propriedade aos fazendeiros. Aí valeu tudo para o saque, de corrupção de funcionários a queima de ranchos.

Os índios para sobreviver não precisam de geladeiras, TVs, videocassetes, ioiôs, Angras nem aspirinas. Arrancados da terra, simplesmente morrem, estão morrendo, vão morrer.

A SENHORA É CÚMPLICE! Perdoe a frase de efeito. Mas quem agora sabe e não impedir esse genocídio passa a ser cúmplice. Do presidente à minha mãe.

Henfil.

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